segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Nunca chegar


Chegou como sempre, nunca assim
e falou como se não houvesse chegado
O pensamento de nunca chegar
assim falando até que digam: - CHEGA!

A insistência que é só esperança
espera que tudo endireite-se ou esquerde-se
nem sabe o porquê de tudo isso
nem do tudo e nem do isso

Em meio ao caos da tempestade e o barulho
os cães e o vento, todo ele, a carregar o telhado
E o Tempo vai
sendo, vai
indo tentando e dizendo
mas por ora
Só existindo como se não houvesse havido
Suando sua alma!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Mim

Sou eu
e até aqui fui eu
no final serei eu
quando não ou sim
e no talvez fui eu
procure lá, era eu
no esquecido
na promessa
da palavra.
Eu

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Queira fazer o favor


Não quero favor
Quero apenas que me queira
A Valer, tudo, queira e
Queira meu gozo e meus ais e
Queira meu riso e
As lágrimas todas que caem

Quero que queira como quero
Queira minhas palavras
Mesmo não sendo aqueles afagos
Querer entender os gemidos
Minhas caretas, minhas manias meus caprichos

Queria que quisesse assim
Nada de favores. Não quero
Queira na colher o meu corpo
Queira acolher a minha alma

E sem promessas que queira a verdade
E o desejo das minhas palavras
minhas palavras
minhas Palavras todas.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Sabugo de escolhas


Todas as saídas e as alternativas das alternativas
advindas das escolhas labirínticas que fizemos

Ainda consta em minha lista aquele truque
ainda não testado, mas que funciona em meus sonhos
lançarei mão dele no tempo exato
forjando aquela peripécia impossível impossível

Ficará para traz a poeira da estrada e as paredes todas
me cercavam e achavam que podiam me deter
aquela desaparecerá e estas formarão o monumento
o monumento ao nosso sofrimento

E aquilo que fica bem no meio e que não sei bem
se de éter ou se sólido ou líquido ou se é fumaça mesmo
e que há já há tanto dentro e entre será dissecado definitivamente
e o céu todo imenso toldo será pouco pouco para as asas que vestirei
não conterá o meu coração e vai chover o passado passado
e vai ventar e o quanto espalhado vai encobrir aquele valioso como

Lá há de se respirar e ver a luz toda a iluminar, brilhar brilhar
E o monumento terá seu momento
e aí, e então tudo o mais virará história
A ocupar um canto qualquer nas memórias de alguém alguém.