terça-feira, 27 de setembro de 2005

Desfazendo o mal entendido.

Realmente acho que a comunicação é o que nos torna diferente dos outros animais que povoam a terra, na verdade os outros animais se comunicam, mas nenhum faz como o bicho homem é capaz. As abelhas dançam informando onde estão as flores, mas aquela que vê a dança não pode reproduzi-la para que outra abelha encontre o alimento.

Esta forma que nós temos de relacionar-mos, falando, escrevendo, atuando, cantando, recitando é que dá o colorido da vida em comunidade.

É pena que o homem esqueça disso muitas vezes.

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Tragédia natural

Neste ano fomos, graças à tecnologia de telecomunicações, testemunhas de pelo menos duas grandes tragédias naturais, uma na Ásia, e outra mais recente, na América. Não quero discutir importância ou dimensão destes ocorridos, não citarei as estatísticas ou o impacto destas catástrofes no entroncamento político econômico social mundial (ufa!), afinal, deste último ocorrido não temos nem mesmo os dados fechados. A grande diferença da importância geográfica das regiões afetadas, na Indonésia uma (uma?) onda gigante que simplesmente engoliu tudo, e em Nova Orleans um furacão que trouxe destruição e inundação por toda a cidade, não permite traçar um paralelo justo.

É evidente, e indiscutível a importância destes fatos para a humanidade, talvez o homem possa, à partir disto, dar mais importância às questões do meio ambiente, este que sofre quieto até que responde com violência e morte. Mas há outra tragédia particular e bem brasileira, a tragédia humana. Não digo das crianças de rua, da violência, das balas perdidas, dos jovens atolados nas drogas, mas digo daquilo que poderia, quem sabe, trazer uma solução para estas tragédias sintomáticas de uma sociedade podre, podre e que agora começa a feder.

Da mesma forma que a natureza reage às agressões, pedindo um basta nos abusos do homem ao longo dos anos, gostaria que o povo brasileiro reagisse, reagisse de forma contundente como o terremoto, barulhento como o furacão, pedindo um basta nos abusos dos nossos governantes.

Qual é o preço disto? Algumas vidas? Alguns mandatos? Paguemo-lo.
Uma coisa é certa, desta forma não pode continuar, esta é a hora de nossa democracia amadurecer de uma vez, ou encruar pra nunca mais.

terça-feira, 6 de setembro de 2005

A menina-moça

Não deveria fazer poesia
Não faço poesia
A poesia é que me faz, é que faz.

A poesia é
Não deixe de ver
Ela é Dama
Cortejada por muitos
Conquistada por poucos

Escreva e não nomeie
Não se sinta no direito
Manchar o bom nome da Moça
Mas estas coisas não se deveriam
Nem pensar e nem fazer

Mas nem mesmo os antigos
Os clássicos renascidos trovadores
Barrocos parnasianos adornadores
Moderninhos, despojados engajados
Nem mesmo eles puderam
Há tempo buscam

Quando isso acaba?
Quem diz deflorar a experiente virgem
Nem dos vermelhos lábios achegou-se
Qual imagem perseguir?
(dizem que ela move o mundo)