sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O Gigante de nós dois

A gente forma um
somos dois que são um
e faz tanto tempo isso

Dá a impressão que é isso
coisa que acontece por aí
comum, mas não!

Deste modo como a gente faz
este um que a gente forma junto
não acontece a toda hora
aliás, é coisa rara

Há quem passe a vida sem saber
naquela impressão vazia
uma incompletude constante

Mas minha metade está comigo
faz-me inteiro, completo eu

Mas a composição deste gigante
traz, além você e eu
um pequeno espaço
um momento de manutenção
um lapso onde somos apenas

Onde existimos como sós
para sermos ainda mais nós

Monitorar este espaço sempre
Para que permaneça pequeno
Apenas para que o ar circule
Que seja mínimo e fique assim

É saudável em pequenas doses
envenena quando cresce
não pode tomar vontade própria
rédeas curtas, olhos vivos nele

Que respiremos o ar fresco
e que nosso único veneno
seja a paixão embriagante
há tanto e para o nunca mais!

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

É importante


As principais respostas
não estão no pátio da empresa
mutinacional de sucesso
onde mora aquele seu sonho
de consumo confesso

Nem em nenhuma prateleira
de nenhum departamento
daquela loja de grife
que vende a marca esperta
muito fora de seu miúdo cacife

Nem nas pedras contra as vidraças
ou nas bandeiras e nas faixas
não está no grito rouco
das ruas, marquises ou calçadas
nem no palácio, tampouco!

O que interessa de verdade
ao rico ao mendigo ao policial
e à mais alta autoridade
será a todos do mesmo modo, igual
e aí patente ficará a autenticidade

Com a porta fechada
e de frente com o espelho
ou no colo de seu deus
que se fez em travesseiro ou
ainda sob o olhar incrédulo do chuveiro

Sem rima e sem verso é que se vê
abra a boca e diga sem medo
as respostas todas estão em você