Sabiam  que de minha estreita relação com Deus, sabiam de meu relacionamento  privilegiado com o criador, e que diariamente falo com Ele e que Ele  fala comigo.
Mesmo sabendo disso, ou exatamente por saberem disso perguntaram-me:
– Porque o homem precisa de Deus?
Antes de qualquer outra coisa tenho que pontuar um par de coisas importantes para o norteamento deste pensamento:
1.      Deus é uma pessoa.
2.      Deus é o criador de todas as coisas.
Talvez  esta não seja a ordem, contudo não quis considerar a maior ou menor  importância destas afirmações, o fato fechado é que são absolutamente  fundamentais, e não posso pensar na idéia de Deus sem estes preceitos,  além do mais, estabelecendo isso evito ficar elencando motivos e  listando razões e fatos aleatórios. Fazer isso seria uma boa, mas fica  pra uma próxima.
Comparo  Deus a um pai, ou a uma mãe, daqui pra frente vou classificar como pai  simplesmente, mas a idéia exata está mais próxima dos pais, mãe e pai,  do que apenas da figura masculina. É possível dispensar os préstimos de  um pai? Abrir mão daquilo que um pai legítimo pode oferecer aos seus  filhos?
É  evidente que para estabelecer uma relação de paternidade com alguém,  seja ele quem for, é preciso posicionar-se, posicionar-se e permanecer  na posição. No caso da paternidade divina esta posição é feita de duas  coisas, nesta ordem: Fé e amor.
Pensar na função ou utilidade de Deus é como pensar na ação de um pai no decorrer de toda vida de uma pessoa.
Pra começar toda criatura é fruto de uma criação a qual depende de um criador parque haja de fato. Um filho pressupõe um pai.
O  pai cria, provê, protege, auxilia, ensina, encaminha, orienta, exorta,  corrige e apóia entre outras várias coisas que faz pelos seus filhos.  Minha experiência como filho e como pai me diz que isso é uma daquelas  coisas que parecem estar corretas e estão corretas, digo que não há  engano nisso!
Filhos  precisam de um modelo de aparência moral, coisa que naturalmente os  filhos buscam na pessoa do pai. Pense num filhote de falcão, por  exemplo, ele não escolheria saltar do ninho feito na encosta da montanha  por conta própria, isso é coisa do pai, por ele ficaria no ninho  indefinidamente e com isso jamais voaria.
É  evidente e claro que para o homem ter um pai como Deus é uma questão de  escolha. Lanço mão de um exemplo sobre o acreditar e dispor de Deus  como pessoa e como a pessoa de um pai:
Um  homem conversa com seu barbeiro enquanto este lhe corta a barba,  conversam sobre a situação atual do mundo, guerras, desordem, violência,  fome, miséria. Em certa altura da conversa o barbeiro disse:
- Sabe, pensando bem não acredito que exista um Deus como aquele que aprendi que existia em minhas aulas na escola dominical.
- Mas porque está falando isso? Perguntou o homem com espuma no rosto.
-  Oras como posso acreditar que haja um Deus que nos ama e que criou tudo  e que deixa todas estas barbaridades acontecerem pelo mundo? Que pai é  este? Indignado brandiu a navalha no ar.
Naquele  momento o cliente não respondeu nada, compreendeu a indignação do  barbeiro e posicionou-se solidário a ele, mas deixou claro não concordar  que não houvesse Deus, apesar disso não entrou nesta discussão, afinal o  homem tinha uma navalha que cortava até pensamentos.
Acabando  o serviço, despediram-se muito educadamente, como de costume. O cliente  saiu da barbearia foi pensando naquela coisa de que não existia Deus, e  tudo mais o que o barbeiro, seu amigo de muitos anos, havia dito.
Andado  pela calçada viu vários homens com os cabelos e barbas compridos e  despenteados, lembrou-se do amigo da barbaria, voltou lá e ao entrar  disse:
- Sabe, pensando bem não acredito que existam barbeiros nesta cidade.
Assustado o barbeiro diz:
- Como assim? Eu estou aqui o dia todo, como pode dizer que não existo?
-  Oras como posso acreditar que existam barbeiros se andando pelas  calçadas daqui só se vêem homens com os cabelos e as barbas compridas e  despenteadas?
-  Mas como posso fazer algo se estes homens não vêm a mim?Se vierem  poderia cortar-lhes cabelos e barbas, e digo mais, se vierem numa boa  poderia até fazer desconto ou não cobrar pelo serviço, conforme o caso!
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Em  minha opinião é exatamente isso que ocorre com o homem, Deus está lá,  pronto para cortar a barba e cabelos de quem se dignar a entrar em seu  salão e sentar-se em sua cadeira de barbeiro.