domingo, 28 de março de 2010

Paraquedas


...

E se a gente pensasse em tudo
De forma totalmente aberta
Sem resolver nada
Aberta sem fechar a questão
Fazendo questão, abrir e abrindo de novo

Aberta a questão ventila mais
Aberta a mente areja
Aberta a janela deixa entrar a luz
Aberta a sala se enche de luz

Iluminada a cabeça conseguiria
Isso caso quisesse
Fechar a questão, contudo se ela
Pegar uma luz bem clara e
Um ar bem fresco, penso
Não quereria fechar qualquer
Outra coisa

Uma questão fechada é bem sem graça
Um parque de diversões
Onde a montanha russa não funciona

Não sei, mas disseram que
Quando resolvemos tudo e fechamos
Assim que dissolvemos dúvidas todas
À medida em que desatamos os nós
Num momento de único de entendimento pleno
Ao fechar da última questão

Terá sido tudo muito fácil
O último suspiro dirá:
- Entendi tudo enfim!

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Morte instantânea

segunda-feira, 15 de março de 2010

A mesa do gabinete do coronel


...
A mesa do gabinete do coronel é madeira maciça
Três gavetas e puxadores de ferro
Pernas fortes sustentando o tampo pesado
Tampo negro com acabamento em couro negro

No gabinete do coronel quem dá as ordens é a mesa
A mesa é tradição, solidez, segurança e conforto
O coronel nem sabe, mas sentado à mesa é forte
Mais forte, confiante e respeitado para sustentar seu povo

Sobre a mesa do gabinete do coronel se decide
Define a mesa sobre a morte sobre a vida
Luz ou penumbra quem vê é a mesa
Às portas fechadas dita misérias ou fortunas

Em volta da mesa eles ainda mais importantes
Toda mesa quer ser a mesa do gabinete do coronel
A mesa que sabe e viu a invenção do poder
Todo mundo quer ser amigo do coronel