Quem é que sabe?
qual será o dia
mas haverá de chegar
quando será a hora
em que falarei e
contarei toda a verdade
coisas que nem mesmo sei
Falarei tudo o que há
e aquilo que houve
De cada pedra pontiaguda
que pisei descalso
Cada colina barrenta
que escalar de quatro
e as dunas de areia
muito quentes a fritar os pés
Vou contar da estrada
sem fim a tocar o firmamento
e da poeira na boca
estralando entre os dentes
Do vento a me levantar do chão
cortando-me com seu frio
Das madrugadas em claro
que me trouxeram até aqui
em seus detalhes, estes sim
portadores da verdade
de verdade na totalidade
Falarei das tardes multicores
de grama recém chovida
que davam a impressão
nada nunca estivera fora
do lugar, fresco tudo
E dos céus de estrelas
faladeiras... daquele vento
bondoso, fresco todo
Quem sabe assim
vai saber de mim
Mas certamente
tudo isso, só no fim