quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

Braçadas Contra Ondas.

Sei muito bem que vocês não gostam de minha poesia

E que alguns de vocês nem mesmo assim a classificam

Leêm para que possam ter o que falar

Jamais o fizeram para gostar, ou entreter


Ouço o murmurar crítico de acides profunda

De sua língua ferina jamais pretendí fugir

Sei que ela não deixa escapar a seus eleitos

E guarda cada flexa em sua aljava salival


Deleito-me nesta orgia descontente

Aprendí a gozar do sofrimento alheio

Agora sei como, se vocês me apredejam, eu rio

Rio e continuo a fazer estas coisas sem sentido

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Nada, nadinha!

- Minhas féiras foram formidáveis, não fiz absolutamente nada!

- Menina, comprei um cachorrinho, ele é ótimo, não late nunca!

- A festa foi um arraso, diseram que foi um completo sucesso, é que eu não me lembro, fui para casa carregado!

- Só preciso emagrecer um pouquinho, perder alguns quilinhos, com seis quilos a menos perco o restinho de bunda que ainda tenho, estou quase lá!

- Não sei o que foi que aconteceu, até ontem ele estava funcionando muito bem, e agora não funciona mais.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Gramática

Esta está pronta

Já está lá

Bem no fundo


Pronta para vir à luz

Já é agora

Só o trabalho de tirar

Tirar sem despedaçar

Sem amassar

Se pudesse ser alcançada


Se lá do fundo

Lá de onde está

Dissesse quem é

Comunicasse a que veio
 

E como é que funciona

Saberíamos se é lá


O que é aqui
Fórceps na garganta
É espada a pena que mutila
Desfaz o que se fez
Prima obra d’alma
Sua essência perdida


Que olha pela janela

Triste em ver
Dentre Substantivos e Objetos diretos.