Será chover no molhado propor coisas para que nosso país possa alcançar o futuro da frase “o Brasil é o país do futuro”? Pois como parece óbvio vivemos num país que não existe no tempo presente, quiçá existirá no futuro e ao que parece, contrariando a ordem natural das coisas, o futuro se distancia mais e mais ao invés de aproximar-se de nós.
Se compararmos o Brasil dos anos 50 com a Coréia do Sul deste período e fazendo isso hoje em dia, poderemos ter uma breve visão da involução brasileira neste últimos anos.
Não proponho uma visitação livre aos números destes países apenas para a ciência de tudo o que este bando que nos governa fez para nosso prejuízo, mas quero chamar a atenção aos motivos que fizeram a Coréia do Sul saltar de barracos de teto de palha aos maiores arranha-céus do mundo.
Um segredo que todo mundo já conhece e que pode ser definido em uma simples e elementar palavra: Educação. Somente com o investimento maciço, sério, comprometido em educação que um país pode se tornar uma nação, e um povo pode vir a ser uma sociedade.
Sem formação educacional básica o homem facilmente pode ser manobrado, logrado, iludido. Uma pessoa sem estudo jamais poderá, em condições normais, ver além do que a aparência superficial marketada que um discurso político oferece como verdade, e infelizmente este é o retrato do povo brasileiro.
Fortemente dilapidado nas últimas cinco décadas o sistema educacional brasileiro fez o caminho contrário do que seria lógico piorando e muito, e aquele ensino público de nossos avós, que era preferido ao ensino privado, hoje em dia quase não existe em termos de qualidade, e não tem a mínima condição de formar pessoas para se tornarem cidadãos conscientes de seus direitos e obrigações.
O início destes cortes e remendos aconteceu no conteúdo, com o corte de matérias consideradas inúteis, na verdade perigosas aos grandes interesses, como filosofia e psicologia e a introdução de matérias como EMC – Educação Moral e Cívica, e EPB – Estudo dos Problemas do Brasil, estas últimas bem mais controladas e de conteúdo monitorado pelo governo militar da época, governo interessado não só em dirigir o país, mas também a cabeça do povo a fim de se perpetuar no poder e ter total liberdade de operar seus mandos e desmandos sem ter que dar satisfação a ninguém. Afinal o povo educado desta forma não sabe pensar por si mesmo.
Destaque-se que não é somente a dilapidação de conteúdo que faz o estudo dado à nossas crianças sofrer, mas também a progressiva elitização que forma um funil estreitíssimo deixando a universidade, seja ela pública ou privada, definitivamente inatingível para a grande maioria da população, cada qual com seus critérios de exclusão.
Outro ponto importante de apodrecimento são as escolas sucateadas e os professores muito mal pagos além do baixíssimo ou nenhum investimento em pesquisa que obriga aquele que, contrariando todas as possibilidades, teve competência e sorte de se formar com excelência no Brasil a trabalhar no exterior, carregando consigo todo o investimento brasileiro, todo o conhecimento acumulado, gerando riquezas fora daqui, deixando a nossa situação ainda pior.
A solução para esta questão é simples mas não é fácil.
Somente a eleição dessa questão como prioridade política filosófica financeira permitirá ao país pensar em acabar com o caos que nossos governantes há gerações insistem em ignorar, e a reversão de tudo o que foi feito, e fazer tudo o que não foi feito por nossa educação.
Penso que isto seja a mudança de base para iniciarmos a caminhada que nos levará ao tal futuro. Este é um processo de pelo menos 50 anos!
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