"Um conjunto de versos pode dizer mais do que um livro inteiro e fala coisas à alma, ao coração e ao corpo, basta ficar nas pontas dos pés e se esticar para alcançá-las." Marcos Pedroso.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Coisas sem lar
Sempre há alguma coisa sem casa
Coisa que a gente não vê
Alguma outra que a gente não sente
Coisas são coisas, assim mesmo
Umas mais e outras menos
Num dia de sol ou na chuva
Coisa que fica e coisa que muda!
Cada uma destas coisas todas
E amiúde e no detalhe
A cada diferença que fazem
E a cada momento que marcam
Um gosto bom que deixam
A vontade de querer mais
Saber onde é que moram
Pra onde é que vão e vagam
E de onde vem, sempre vem
Não dá pra entender algumas
Outras conhecemos, ou quase
Tem sempre coisas que a gente vê
Uma ou outra que se sente
domingo, 28 de agosto de 2011
sábado, 20 de agosto de 2011
Canção das bordas
Existe dentro de si
Num desconhecido enorme
Profundíssimo escuro
Abismo d'alma
Sem sondas que explorem
Nem com precisão
Nem em partes
Se é tão fundo grotão!
Quem o sabe em detalhes
É o nada ou Deus
Dele mesmo desvendou
Nem às bordas permitiu
Ouviu-se falar
Falar e velar
O fadigoso falar
O inútil dizer
Fenda que esconde
Esconde a tudo
E guarda no ermo
No ébano que o rodeia
Precipício onde se precipitam
A Morte e a Vida incontidas
Onde moram todas as raízes
E as raízes dos olhos e ouvidos
Depois de sentidos
É pra lá que vão
Repousar aqueles sentimentos
E renascem em vão
Somente quando completo
É capaz de, pelo menos
Imaginar num borrão
O que há pra lá do meio
E lança-se qual sonda
Qual espírito pairante
Sobre as águas então
Sorve todas as mágoas
E é feliz em descobrir-se
Em descobrir e abrir
E saber dessa profundez
À deriva no acaso
O tamanho a cor
E a beleza de querer
Num desconhecido enorme
Profundíssimo escuro
Abismo d'alma
Sem sondas que explorem
Nem com precisão
Nem em partes
Se é tão fundo grotão!
Quem o sabe em detalhes
É o nada ou Deus
Dele mesmo desvendou
Nem às bordas permitiu
Ouviu-se falar
Falar e velar
O fadigoso falar
O inútil dizer
Fenda que esconde
Esconde a tudo
E guarda no ermo
No ébano que o rodeia
Precipício onde se precipitam
A Morte e a Vida incontidas
Onde moram todas as raízes
E as raízes dos olhos e ouvidos
Depois de sentidos
É pra lá que vão
Repousar aqueles sentimentos
E renascem em vão
Somente quando completo
É capaz de, pelo menos
Imaginar num borrão
O que há pra lá do meio
E lança-se qual sonda
Qual espírito pairante
Sobre as águas então
Sorve todas as mágoas
E é feliz em descobrir-se
Em descobrir e abrir
E saber dessa profundez
À deriva no acaso
O tamanho a cor
E a beleza de querer
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Eu sim, assim
Sei lá
Não sei de mais nada
Nunca soube
Quis enganar-me
Por um tempo funcionou
Mas não convence mais
Quis ter o controle
Mas de fato
Nunca houve alguém
Que controlasse
Que contivesse
Que entendesse
Ninguém que pudesse
Estou no controle
De um carro
Em pleno capotamento
Estou no controle
De uma flecha
Que acaba de deixar o arco
Estou no controle
De uma nuvem
Levada pelo vento
Estou no controle
Da água
Que desce em enxurrada
Estou no controle
Da hora
Em que o sol de põe
Estou no controle
No controle dos vulcões
E de todas as chuvas
No controle do crescimento da grama
No comando da direção do vento
E do amor
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Felicidade Nuvem e Montanha
Olha só o tamanho da minha felicidade
Vê só o tamanho daquela montanha
Aquela nuvem alta como o que!
Grande, grande vê?
Quanta felicidade, contentamento
Pode espantar-se
Como é grande!
Ah, que satisfação...
Então a nuvem alta e grande
Com o vento parece estar ali
Parada, grande, sólida
E vai indo e leva consigo tudo isso
Viu só como é grande?
A minha felicidade
Explode como vulcão dormido
Dentro da montanha grande
E no final não sobra nada ali
Nem montanha nem nada
Viu só? Que tamanho tamanho?!
Essa minha felicidade
Que alegria tamanha!
Basta olhar para que se veja
A montanha, a nuvem, a felicidade
Isso tudo e tudo isso que há
E cada adjetivo parece estar ali
Não há felicidade nem minha nem outra
Sem a iminência do vento e da explosão
Que orgulho!
Vê só o tamanho daquela montanha
Aquela nuvem alta como o que!
Grande, grande vê?
Quanta felicidade, contentamento
Pode espantar-se
Como é grande!
Ah, que satisfação...
Então a nuvem alta e grande
Com o vento parece estar ali
Parada, grande, sólida
E vai indo e leva consigo tudo isso
Viu só como é grande?
A minha felicidade
Explode como vulcão dormido
Dentro da montanha grande
E no final não sobra nada ali
Nem montanha nem nada
Viu só? Que tamanho tamanho?!
Essa minha felicidade
Que alegria tamanha!
Basta olhar para que se veja
A montanha, a nuvem, a felicidade
Isso tudo e tudo isso que há
E cada adjetivo parece estar ali
Não há felicidade nem minha nem outra
Sem a iminência do vento e da explosão
Que orgulho!
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
O meu, todo o meu
Gastei o meu amor
Pelo visto todo ele
Parece que desapareceu
Sei que ele está lá
Deve estar, não sei
Não o vejo mais
Não o sinto mais
Não tem mais a textura
Outrora teve uma muito leve
Hoje liso, sem motivo
Gastei-o todo
Em temperatura ambiente
Nem faz diferença nem avença
Nem que queira
Num compasso de não querer
Descompassado passo a passo
Nesse tempo todo passado
Achei que era pra sempre
Não sabia que era assim
Que gastava de tanto sentir
E eu senti tanto o meu amor!
Por tanto tempo
Com tanta força
Que acabou, gastou
Mas eu não sabia
Haveria de ter feito economia
Como um copo de refrigerante
Que se acaba pelo canudo
Como uma nuvem ligeira
Que se acaba com o vento?
Mas sei que está lá
Quero que esteja, não?
Não é possível!
Mas se está
Porque não o vejo?
Porque não o sinto?
Porque não?
Hoje não sei mesmo
Nem de onde veio
Nem pra onde foi
Gasto, gastou
E o que hoje sinto
Do meu amor só
É a sua falta
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