"Um conjunto de versos pode dizer mais do que um livro inteiro e fala coisas à alma, ao coração e ao corpo, basta ficar nas pontas dos pés e se esticar para alcançá-las." Marcos Pedroso.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Madrugada
E de repente vindo como que
do nada, assim como
uma ânsia, um vômito que surge
direto na garganta
Vem-me tudo o que já pensei e penei
cada estribo de idéia
cada percepção sortuda
de uma fortuna de revezes até os ossos
Os meus ossos
testemunhas do pó
e o pó da estrada
Aquilo tudo que senti
e o que disse pra você
Meus segredos seus
num rompante distante
num choro mordido e miado
confidenciei a mim, com medo
E tudo o que escrevi
em letras miúdas toda raiva
Toda dor, todo arrependimento, meu
atrevimento e cada uma
das cores, dos sons, dos gostos
desgostos e arrepios
Tudo isso veio assim, aqui ó!
A encher-me baldes
Na boca os restos do que foi sólido e o
amargo manchando a garganta permanentemente
E de todas as imagens da imaginação humana
só uma ainda não se desfez em fumaça
A próxima página em branco
na ânsia da dança de minha pena
Uma apaixonada, medrosa,
indecisa, claudicante,
hesitante, tartamuda pena
teimosa, moribunda e
burra pena
E lá no final, a garganta vítima
irritada, chora e pede perdão
sem saber o motivo
Dorme para continuar
e continua
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Você só escreve quando esta apaixonado... Bom que hoje posso pensar que sei quem é o alvo dessa paixão. Ou não?!
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