quinta-feira, 6 de junho de 2013

Desimportante


Poeta e esta
grande criatividade
e esta invenção
este engenho todo
e a imaginação
esta inspiração
que te sufoca
te pune te acusa
e te espreme
o que te exprime
e oprime e engana
sem dó

E absorve sem paga
e exige o que você
não tem pra dar
e que te rouba para
o sono e sonho enquanto
a vida passa insone

E quando vai e finge
dizendo não voltar
ainda sim aprisiona
te submete e capricha
no peso dos grilhões
e aqueles nós cegos
surdos mudos, burro.

És triste, Poeta?

Subjugado cativo
ferido cansado Poeta
vivendo de esperanças
em conta-gotas
não reage e ainda
pergunta: pra quê se
consegue pensar, esse luxo

Criativo inventivo
engenhoso burro imaginativo
inspirado triste
Poeta afinal
Poeta no final

2 comentários:

  1. Se marga ou se completa, sei que sente, não importa o ostracismo.

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  2. As vezes as coisas misturam mente e coração, não há como separar sem truncar.

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