"Um conjunto de versos pode dizer mais do que um livro inteiro e fala coisas à alma, ao coração e ao corpo, basta ficar nas pontas dos pés e se esticar para alcançá-las." Marcos Pedroso.
segunda-feira, 27 de abril de 2015
Motivos e Razões
Há aquela porção infinita de motivos para parar
e o arremedo em que acreditar
que valeria a pena, apena, apenas.
Uma das soluções que inventei foi esperar
esperar este dia ruim passar, vai passar.
Acreditar que a aurora virá nova
trazendo nos braços motivos novos
motivos fortes, muito além desta imitação
alguma mentira em que se possa crer.
E que esta imensa dificuldade traduza-se
naquele simples fato de não entendemos
somente nós não entendemos mas que entenderemos.
Há também o sonho e o desejo de querer
e descartáveis, não carecem da mais do que fé
fé em que seremos o suficiente e o bastante
mesmo não sendo, mesmo não sendo nada disso.
Muito pouco importam as decisões que tomamos
que me parece, são somente satisfação à consciência.
A realidade solenemente às ignora
mas teremos ao fim o sentimento de dever-cumprido
eterno consolo dos cumpridores-de-obrigações
não serve de nada a não ser para isso mesmo, o lixo!
O melhor talvez fosse entendermos e assumirmos
a vida é pouco mais do que só sofrimento
e quem sabe deixar de buscar
este motivos pra que sim ou pra que não
talvez e assim, sim ou não
sofrer um pouco menos ou ao menos
não sofrer tanto por isso
e seus motivos sem razão.
segunda-feira, 20 de abril de 2015
Miseravelmente
Franco Clun
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não espera por nada
vai passando como o tempo
passa e não percebe
vai indo sem propósito
a propósito de querer
muito quis, muito quis.
Um confortável não fazer sentido
esperando que as peças encaixem-se
num arranjo todo novo
um novo completamente novo
que revise os velhos erros
temperos destes dias
à cada dia mais curtos
Fazendo por aguardar o fim apenas
como o gado ao abate
como quem sabe seu fim
mas nem sabendo de si mesmo ao menos
não questiona, estagnado
vai se virando, vai se ferrando
até o fim, insensato fim.
segunda-feira, 13 de abril de 2015
Vocêu
Imaginei você
Sonhei com você
inventei você
esperei por você
quis você
segui você
desejei procurei
aceitei a você
tentei você
gritei você
investi em você
me banhei de você
expliquei você
guardei você
você no quem
você no como
você no onde
o porquê de você
conformei-me com você
confortei-me em você
chorei você
e choveu você
ventei você
suei você
você você
vou você
venho você
briguei você
negociei você
joguei você
apostei perdi
lembrei-me de você
voltei você
fui você
e de novo você
quebrei você
fumei você
cheirei você
apliquei você
expliquei você
apurei você
comi você
cuspi você
sempre você
ainda você
insisti em você
assisti você
eu você
caminhei você
mergulhei você
e ó você aqui!
Amei, amei
amei você.
segunda-feira, 6 de abril de 2015
Olha só pra você
Aí sentado na espera
Um dia aquilo a quê dá valor
Será reconhecido como valoroso
Você que chegou a ser
A ‘Esperança que respira’
Teve em si a marca do futuro
Sentado jaz agora no passado
Havemos de ao menos
Lembrar de ti e de todo depósito
Que lhe foi confiado
E o tanto de presente
Que a gente perdeu
Aguardando o porvir que viria
Pela sua simples existência
Olha só você
Quanto olho que te viu
Qual é o olho que te vê?
Nenhum samba cataria hoje você.
E dos merecimentos antecipados
Não restara nem o rastro
Tampouco se viu seu fiador
Errante, hoje pensa
no tamanho de seu erro
Memórias serão seu espólio
Única coisa que achará
Quando meter a mão por dentro
Do saco do tempo
E pela vitória será reconhecido
Então, pelo enorme troar de sua derrocada
Houve até quem se pusesse a adivinhar
Tais e quais obras farias tu
Se contassem ninguém acreditaria
E mesmo na simples esperança
Esta formidável mentira
Foram construídos
Todos os tipos de sonhos
Que pena, que pena!
Eis que veio o tempo
Feito um ladrão
Tomou todo mundo de susto, supetão
Ora sentado você desacredita
Olha só que coisa!
Quem diria?
Quem diria que um dia...
E a esperança, apneica, roxa, desfalece
Acaba mas que não esquece
Daquele que no passado
Fez a luz do futuro no presente
Redimiu-nos a todos
Na espera do grandioso futuro
Que nunca nos veio
Nunca nos veio
Olha só pra você agora
A queda de quem não subiu
A entrada de quem não saiu
A volta daquele que nunca partiu
Olha só...
Aí sentado na espera
Um dia aquilo a quê dá valor
Será reconhecido como valoroso
Você que chegou a ser
A ‘Esperança que respira’
Teve em si a marca do futuro
Sentado jaz agora no passado
Havemos de ao menos
Lembrar de ti e de todo depósito
Que lhe foi confiado
E o tanto de presente
Que a gente perdeu
Aguardando o porvir que viria
Pela sua simples existência
Olha só você
Quanto olho que te viu
Qual é o olho que te vê?
Nenhum samba cataria hoje você.
E dos merecimentos antecipados
Não restara nem o rastro
Tampouco se viu seu fiador
Errante, hoje pensa
no tamanho de seu erro
Memórias serão seu espólio
Única coisa que achará
Quando meter a mão por dentro
Do saco do tempo
E pela vitória será reconhecido
Então, pelo enorme troar de sua derrocada
Houve até quem se pusesse a adivinhar
Tais e quais obras farias tu
Se contassem ninguém acreditaria
E mesmo na simples esperança
Esta formidável mentira
Foram construídos
Todos os tipos de sonhos
Que pena, que pena!
Eis que veio o tempo
Feito um ladrão
Tomou todo mundo de susto, supetão
Ora sentado você desacredita
Olha só que coisa!
Quem diria?
Quem diria que um dia...
E a esperança, apneica, roxa, desfalece
Acaba mas que não esquece
Daquele que no passado
Fez a luz do futuro no presente
Redimiu-nos a todos
Na espera do grandioso futuro
Que nunca nos veio
Nunca nos veio
Olha só pra você agora
A queda de quem não subiu
A entrada de quem não saiu
A volta daquele que nunca partiu
Olha só...
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