Aí sentado na espera
Um dia aquilo a quê dá valor
Será reconhecido como valoroso
Você que chegou a ser
A ‘Esperança que respira’
Teve em si a marca do futuro
Sentado jaz agora no passado
Havemos de ao menos
Lembrar de ti e de todo depósito
Que lhe foi confiado
E o tanto de presente
Que a gente perdeu
Aguardando o porvir que viria
Pela sua simples existência
Olha só você
Quanto olho que te viu
Qual é o olho que te vê?
Nenhum samba cataria hoje você.
E dos merecimentos antecipados
Não restara nem o rastro
Tampouco se viu seu fiador
Errante, hoje pensa
no tamanho de seu erro
Memórias serão seu espólio
Única coisa que achará
Quando meter a mão por dentro
Do saco do tempo
E pela vitória será reconhecido
Então, pelo enorme troar de sua derrocada
Houve até quem se pusesse a adivinhar
Tais e quais obras farias tu
Se contassem ninguém acreditaria
E mesmo na simples esperança
Esta formidável mentira
Foram construídos
Todos os tipos de sonhos
Que pena, que pena!
Eis que veio o tempo
Feito um ladrão
Tomou todo mundo de susto, supetão
Ora sentado você desacredita
Olha só que coisa!
Quem diria?
Quem diria que um dia...
E a esperança, apneica, roxa, desfalece
Acaba mas que não esquece
Daquele que no passado
Fez a luz do futuro no presente
Redimiu-nos a todos
Na espera do grandioso futuro
Que nunca nos veio
Nunca nos veio
Olha só pra você agora
A queda de quem não subiu
A entrada de quem não saiu
A volta daquele que nunca partiu
Olha só...
O mundo tem essa mania de chegar no mesmo lugar.
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