segunda-feira, 6 de abril de 2015

Olha só pra você
Aí sentado na espera
Um dia aquilo a quê dá valor
Será reconhecido como valoroso

Você que chegou a ser
A ‘Esperança que respira’
Teve em si a marca do futuro
Sentado jaz agora no passado

Havemos de ao menos
Lembrar de ti e de todo depósito
Que lhe foi confiado
E o tanto de presente
Que a gente perdeu
Aguardando o porvir que viria
Pela sua simples existência

Olha só você
Quanto olho que te viu
Qual é o olho que te vê?
Nenhum samba cataria hoje você.

E dos merecimentos antecipados
Não restara nem o rastro
Tampouco se viu seu fiador
Errante, hoje pensa
no tamanho de seu erro

Memórias serão seu espólio
Única coisa que achará
Quando meter a mão por dentro
Do saco do tempo
E pela vitória será reconhecido
Então, pelo enorme troar de sua derrocada

Houve até quem se pusesse a adivinhar
Tais e quais obras farias tu
Se contassem ninguém acreditaria
E mesmo na simples esperança
Esta formidável mentira
Foram construídos
Todos os tipos de sonhos
Que pena, que pena!

Eis que veio o tempo
Feito um ladrão
Tomou todo mundo de susto, supetão
Ora sentado você desacredita
Olha só que coisa!

Quem diria?
Quem diria que um dia...

E a esperança, apneica, roxa, desfalece
Acaba mas que não esquece
Daquele que no passado
Fez a luz do futuro no presente
Redimiu-nos a todos
Na espera do grandioso futuro
Que nunca nos veio
Nunca nos veio

Olha só pra você agora
A queda de quem não subiu
A entrada de quem não saiu
A volta daquele que nunca partiu
Olha só...

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