segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Novas descobertas




Descobri um monte de
coisas sem você

Sem você eu conheci
tudo que eu conhecia

Sem você vi
o que eu já via

Sem você senti
aquilo que eu já sentia

Sem você vivi
coisas que eu vivia

Sem você andei
por onde eu já ia

Perguntas todas lindas
uma a uma, sem dó respondidas 

Pareceu haver mais azul
no azul do céu azul
de qualquer chuva

E um branco mais branco
como daquele sabão em pó
no sorriso mais brilhante 
do anúncio do creme dental

Sem você era eu enfim
mesmo sem você ainda
havia mim em mim mesmo
e minha definição de mim
enfim se redefinira

E pereceu o fim




Descobri outras tantas 
coisas sem você

Sem você eu conheci
conhecia mas não sabia

Sem você vi
via mas não enxergava

Sem você senti
sentia mas não percebia

Sem você vivi
vivia não, sobrevivia

Sem você andei
Mas o caminho eu não fazia

Minhas respostas tolas 
dizimadas ainda na trincheira

E este azul encinzentado
do céu chumbo enventaniado
e uma chuva sem esperança

E o branco tão branco
Sem sal, sem açúcar
no sorriso assim brilhante
amarelecido naquela foto

Sem você eu fui eu de fato
todo o mais esteve no mesmo lugar
o todo e de mim em mim mesmo
minha definição então
redefinida de novo em você

E que venha o fim.


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