segunda-feira, 5 de novembro de 2012

As verdades e as máscaras, o sol e a peneira



Estou certo de que não sei, de que não soube jamais e de que vivi ao engano.
Mas de que outra maneira poderia eu seguir e não desistir da caminhada caso assumisse que não?
O engodo foi minha tabua de salvação, foi meu porto, meu esteio até aqui e eis que minha consciência batendo à porta cada vez mais forte com o aríete da verdade...

Nem a porta e nem eu aguentamos mais! Defendido por um biombo transparente e livrando-me do sol com uma peneira ainda sinto-me confortável apesar de concordar que os murmurares ficam mais e mais audíveis e que logo mais ela vai falar claramente e não será mais possível ignorar que já não ignoro e que ouço e que compreendo tudo o que vem gritado da boca grande da verdade através do biombo de vidro e da malha folgada de minha peneira-de-sol. Abandonar o logro, meu ninho confortável e familiar...

Abandonar a sedução será, muito em breve, impossível assim como foi até agora encarar a verdade de portas e peito abertos em cada uma de suas pontas feitas de verdades afiadas.

Verdades e máscaras; o tempo trabalha e favor daquelas para acabar com estas.

2 comentários:

  1. "Verdades e máscaras; o tempo trabalha e favor daquelas para acabar com estas." - E ambas estão fadadas a se misturarem e se auto iludirem no meio dos caminhos, de tão arraigadas. Qual delas será a real? Dependerá sempre dos olhos de quem vê.

    Adorei seu espaço e os pensamentos-questionamentos que leio aqui.

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  2. Dependemos do olho que vê, da luz que ilumina, da cara, da máscara, de tudo.

    Agradeço pela visita, pelo comentário. Volte maria vezes.

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