segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Eu esquina



Sou esquina de opostos
ágora onde agora mesmo
discursam juntas eloquentes
luz e escuridão sem deixar sombras

Existe dentro
o passado ainda vivo
e o futuro que pulsa
homogeneamente misturados

Um quarto onde moram
a coragem de encarar
com o medo de se mover
dividindo a mesma cama

Como a areia e o mar
total integridade e
a maior falha de caráter
de alguém no mundo

Sou ponto e linha
o quente racional
e o agridoce da emoção total
A convicção da incerteza

Quando morre a criança
e ao mesmo tempo sou
quando o velho quase vivo
enche o peito de esperança

Em mim a calmaria
dentro da ventania
desejo em desdém
e a distância de estar-se junto

Encruzilhar insólitos
especialidade minha
mesmo não querendo e assim
sem deixar de não ser. Vou sendo

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