Ouvi falar de você, Palhaço!
Muito sei de sua fama
ela o precede em muito
Palhaço da cara pintada
Atrás deste nariz vermelho
debaixo desta peruca azul
dentro deste paletó folgado
calçado nestes sapatos enormes
Sob esta armadura, Palhaço
nada o atinge, é invencível
o ridículo não alcança, nem a dor
o medo ou o frio de estar sozinho
O Super-Palhaço
Conheço-te além de tudo isso
Carregas o mundo e ri
Ri de si mesmo, feliz
onde é muito mais engraçado
Sua bengala arma mortal
com que se defende
neste picadeiro permanente
cercado de leões
É de aço mas é de palha, Palhaço
Anda caprichosamente passo a passo
Devagar e de mansinho com cuidado
vai assim pisando de levezinho, Palhaço
tirando o peso do passo
Sabemos da sua sina de chorar
abafado pelo riso rasgado
voltar para o camarim e sozinho
tirar a maquiagem e o nariz
e a roupa colorida e a peruca
e já sem os sapatões
de frente com o espelho
encarar a própria cara lavada
E não se esqueça pois
existe atrás do nariz redondo
sob a peruca crespa
dentro do paletó de colarinho caído
há aí um coração que bate vivo
Vivo, um coração mesmo
mesmo que coração de Palhaço.
Alma, vida e corpo que talvez não se encontrem.
ResponderExcluirPrecisamos levar isso em conta.
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