quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Sendo



Então é culpa nossa
sermos assim como somos?
Ou seria uma entidade independente
este tal humor?
É ele o porteiro d’alma
que deixa passar ou barra como quer?

Sou então como uma flâmula pequena
tremula com ao sabor do vento e vou
virando pra cá, pra lá com a brisa

Culpe-me por pensar e sentir e
sentir o pensado pensar o sentido
mesmo que sem qualquer sentido sempre

Se estou bem ou poderia estar melhor
ou pior, que diferença isso faz?

A culpa é minha e
não me sinto culpado por isso

As responsabilidades de minhas irresponsabilidades
recairão sobre mim todas, quem bom!
Assim como cada pequena consequência
de minhas inconsequências que quero integralmente

Em cada cor e em cada dobra e em cada detalhe
Naquilo em que me repito e me replico

Sou então um espelho que se quebra e
que em cada caco vai tornar-se um espelho outro
com sua própria reflexão dessa bagunça toda

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