Chega mais perto de mim, mais perto assim
Quero poder falar bem baixinho, pra que ninguém mais ouça
Sussurrar tão baixo, que nem eu vou ouvir
Só pra você
Saiba de uma coisa, você é a causa, é a consequência
Te quero sempre bem perto de mim, ou debaixo de meus olhos pelo menos
E senti-la sempre. Vai além da razão
É vento, e segue, não se quer contrariar, segue
E mesmo se houvesse vontade, nada poderia fazer a respeito
Até agora não sei bem como lidar com você
Ainda hoje e depois de tanto tempo
Estou aprendendo... mas é tanta dificuldade!
Por muitas vezes fico cabisbaixo e triste e bravo
E penso que a culpa é sua, você é muito complicada!
Que se eu já soubesse como tratá-la...
Então, me coloco em meu lugar
E passados os ‘cinco minutos' que duram anos
Penso e repenso: não é culpa sua
- Carpe. Ensinaram eles, talvez eu aprenda.
Se eu ando claudicando e inconstante
Você por sua vez, segue serena, impassível, impávida
Queria ser assim como você
Mesmo contendo a todos
Apreendendo todas as coisas, não se abala
Por quase nada se abala
E eu, quando descubro algo novo dentro de mim
Fico agitado, temeroso e vacilo
Escuta, não me olha, só escuta
Dá aqui seu ouvido
Toma lá meu lamento
Às vezes acho que você não é minha
Outras, tenho certeza de tê-la em minhas mãos, não
Mas você linda, não é perfeita
É linda, me deu muitas coisas
Me tomou tantas outras
Não sei me expressar direito
Mas estas coisas você sabe
Sou duro de boca e áspero de garganta
E estas coisas você já sabe
Fique do meu lado, perto
Vou buscar estar ao seu lado sempre
Se eu cair sei que você não vai me ajudar
Mas só de ter você me olhando, o chão amacia.
"Um conjunto de versos pode dizer mais do que um livro inteiro e fala coisas à alma, ao coração e ao corpo, basta ficar nas pontas dos pés e se esticar para alcançá-las." Marcos Pedroso.
quarta-feira, 25 de maio de 2005
terça-feira, 24 de maio de 2005
A luta
Satisfazer os caprichos do homem
Nem mesmo Deus pôde
Faz parte inalienável do homem
A eterna insatisfação
A água vence a rocha
O vento alcança o longe
A luz invade, e sem convite entra
Mas o homem não se satisfaz
Minha maior luta é contra o Eu
Imperativo, exigente, insistente
Insatisfeito, instável, falho
O Espírito de Deus me capacita
Nele venço a luta.
Nem mesmo Deus pôde
Faz parte inalienável do homem
A eterna insatisfação
A água vence a rocha
O vento alcança o longe
A luz invade, e sem convite entra
Mas o homem não se satisfaz
Minha maior luta é contra o Eu
Imperativo, exigente, insistente
Insatisfeito, instável, falho
O Espírito de Deus me capacita
Nele venço a luta.
segunda-feira, 16 de maio de 2005
Volta à carga, ou Na superfície
Queria tomar a palavra, chamar a atenção de um possível leitor, mesmo sabendo que este texto não terá leitores, não foi escrito para isso. Mas se eu prosseguisse diria que tomei a palavra pelo simples fato de tomar-la. Assunto, algo que se espera de quem se manifesta, não tenho ao certo.
Ó Rubem. Este sim escrevia muito melhor quando não tinha o que escrever. Estou muito longe desta pretensão, na verdade não quero nem pensar nisso. Escrevo mal tendo ou não assunto.
Possíveis temas ou motivos para isto são muitos, talvez o ato de escrever... da procura pelo que falar... discutir o que comunicar... Existe algo novo a dizer? Precisamos dizer algo novo? E o mais inquietante ainda, queremos realmente ter algo novo? Talvez o simples fato de tomar a palavra e não dizer nada já signifique alguma coisa. Será que eu significo alguma coisa? E você?
E que tal responder este monte de interrogações?
Isto não significa nada.
Não é porque eu pretendo, ou até tento responder a uma pergunta é que vou conseguir a resposta, esta busca por si só já seria interessante, aliás, respostas geram mais algumas perguntas, tornando a última situação pior do que a primeira. Outra coisa a considerar é que não necessitamos de uma pergunta para que seja levantada uma questão.
Mas apesar de, mesmo sendo o autor, eu não saber do que se trata isto o que ora lês, sei do que não se trata (ao menos isso), isto não é um escrito sobre perguntas, respostas, questões, fatos ou adjacências. Já é um início, se seu objetivo é descobrir a matéria da qual tratamos aqui. (Nós? Tenho cá minhas dúvidas!). De antemão adianto que este não é meu objetivo, na verdade (se isto existe) não passo nem perto de ter um alvo.
Tudo tem três lados (já diria Samuel em uma música), o meu, o seu, e a verdade (e isso existe?).
Ademais, pensando nisso, o que é pertinente para mim pode não despertar o menor interesse em ti, e eu não posso considerar correr este risco: desenvolver um assunto com o qual eu me identifico e que não toca nem mesmos os olhos do leitor.
Outra coisa à qual não julgo é importância ou utilidade, isso se encaixa no caso do interesse! Não correria este risco, mesmo que calculado.
Um desfile de misses, apenas para exposição. Não se pode tocar!
O fato é que voltei á carga, expondo-me aos falcões, leões, lobos, raposas, hienas, e críticos.
Mas eu sei. Como isso tudo é tão ruim!
Ó Rubem. Este sim escrevia muito melhor quando não tinha o que escrever. Estou muito longe desta pretensão, na verdade não quero nem pensar nisso. Escrevo mal tendo ou não assunto.
Possíveis temas ou motivos para isto são muitos, talvez o ato de escrever... da procura pelo que falar... discutir o que comunicar... Existe algo novo a dizer? Precisamos dizer algo novo? E o mais inquietante ainda, queremos realmente ter algo novo? Talvez o simples fato de tomar a palavra e não dizer nada já signifique alguma coisa. Será que eu significo alguma coisa? E você?
E que tal responder este monte de interrogações?
Isto não significa nada.
Não é porque eu pretendo, ou até tento responder a uma pergunta é que vou conseguir a resposta, esta busca por si só já seria interessante, aliás, respostas geram mais algumas perguntas, tornando a última situação pior do que a primeira. Outra coisa a considerar é que não necessitamos de uma pergunta para que seja levantada uma questão.
Mas apesar de, mesmo sendo o autor, eu não saber do que se trata isto o que ora lês, sei do que não se trata (ao menos isso), isto não é um escrito sobre perguntas, respostas, questões, fatos ou adjacências. Já é um início, se seu objetivo é descobrir a matéria da qual tratamos aqui. (Nós? Tenho cá minhas dúvidas!). De antemão adianto que este não é meu objetivo, na verdade (se isto existe) não passo nem perto de ter um alvo.
Tudo tem três lados (já diria Samuel em uma música), o meu, o seu, e a verdade (e isso existe?).
Ademais, pensando nisso, o que é pertinente para mim pode não despertar o menor interesse em ti, e eu não posso considerar correr este risco: desenvolver um assunto com o qual eu me identifico e que não toca nem mesmos os olhos do leitor.
Outra coisa à qual não julgo é importância ou utilidade, isso se encaixa no caso do interesse! Não correria este risco, mesmo que calculado.
Um desfile de misses, apenas para exposição. Não se pode tocar!
O fato é que voltei á carga, expondo-me aos falcões, leões, lobos, raposas, hienas, e críticos.
Mas eu sei. Como isso tudo é tão ruim!
terça-feira, 10 de maio de 2005
Breve
O ruído intermitente brada
Acabou o brevíssimo momento
Quando começou já falava
Do termo e do desalento
Rápido como uma pestanejada
Instantâneo.
Fim sem meio, sem gosto
É assim não muda
Efêmero. O tempo de cobrir o rosto
Sentado. Cansado. Clamo ajuda
Sinto pesar. Na cabeceira um enrosco
Lamento.
Mas não. Hoje eu ficaria
Decidi não atender ao chamado
Decidi não, acabou. Por dentro ria
Vitorioso & resolvido
Decidi mereço. Não me renderia
Minutos.
Dez momentos enfrentei
No ar refiz as agruras da batalha
Percebi era fraco, murmurei
A obrigação de andar no fio da navalha
Sentado, e ao espelho me aprumei
As ruas.
A sair sonhando com o entrar
Fraco vendido desiste cativo
Olhos embotados. O breve recostar
Boca amarga. Deixar o objetivo
Triste vou, mas, fico no altar
Multidão.
Acabou o brevíssimo momento
Quando começou já falava
Do termo e do desalento
Rápido como uma pestanejada
Instantâneo.
Fim sem meio, sem gosto
É assim não muda
Efêmero. O tempo de cobrir o rosto
Sentado. Cansado. Clamo ajuda
Sinto pesar. Na cabeceira um enrosco
Lamento.
Mas não. Hoje eu ficaria
Decidi não atender ao chamado
Decidi não, acabou. Por dentro ria
Vitorioso & resolvido
Decidi mereço. Não me renderia
Minutos.
Dez momentos enfrentei
No ar refiz as agruras da batalha
Percebi era fraco, murmurei
A obrigação de andar no fio da navalha
Sentado, e ao espelho me aprumei
As ruas.
A sair sonhando com o entrar
Fraco vendido desiste cativo
Olhos embotados. O breve recostar
Boca amarga. Deixar o objetivo
Triste vou, mas, fico no altar
Multidão.
terça-feira, 3 de maio de 2005
O Ethos, a introdução, e coisas sobre as minhas angústias.
Ainda estou em busca do Ethos deste espaço que inadvertidamente cederam-me, no entanto, já fui capaz de algumas reflexões(Eu o gênio):
Quando me sento ao teclado, e penso, e escrevo, organizo um pouco esta bagunça que temos por dentro, pelo menos para que as idéias (dei esse nome) possam fazer fila para sair. Também percebi que quando coloco-me a escrever, não coloco-me a mim, e sim a outro personagem, que entre em cena e toma conta das ações. Não, não, digo aos entusiastas do espiritismo (ou o que quer que seja), de que não se trata de psicografia (ou o que quer que seja), respeito a todos, mas não se trata disso. O tal já existe em mim e só toma sua posição, já tem seu caráter o qual irá se mostrar (assim espero.)
O fato é que a busca deste Ethos nos levará (a nós? Não sei) a um interessante campear por terrenos inóspitos da (minha) impressão humana da terra, visão metropolitana, tão bem cantada na primeira metade do século passado.
Escolhi este nome para a coluna, pois nunca estamos sozinhos (lugar comum? Pode ser, mas como funciona!) vide Pinóquio, Jonas, Virgilio, Dante, ou Camões!
Sobre agradar, se me perguntassem, diria que não é minha primeira função por aqui, acho que minha ‘missão' se inicia antes deste ponto, mas se fosse possível não me incomodaria com isso. E por aí vai...
Guerra
Isso aqui tá muito ruim. Desde que há muito tempo, desde que há anos o dia começou chuvoso e chumbo.
Como isso mexe com os humores, quase tão poderoso quanto a lua na maré. Aperto os dentes até me doer a cabeça. Vibrar de ódio, pensamentos fixos, olhar vidrado, vidrando mármore negro. Água fria, vento frio. Noite o dia todo.
Não vejo o fim, não há fim. Minha esperança.
Sobre e desce, passo firme, pernas bambas. Fome frio asco. Nada muito profundo, mas tudo com a marca d'água do vazio, do sem-sentido; guarda-chuva sem tecido. O lixo do homem.
Penso pensamentos descartáveis, descartáveis soldados rendidos. Trincheira cheia de cadáveres jovens - Inocentes? Nunca.
Sair de farda, sair da farda. Poucas, muito poucos estão armados, ou são preparados para enfrentar e estreitisse da garganta ou a acidez de saliva, e então morrem entrincheirados e jovens, inocentes jamais! Quem veste farda não é inocente, mesmo sendo, não é.
Coisas do noite-a-noite não são guerreiros, são obrigação, para isso é que estás aí.
Mas guerra é guerra, e quando o toque de recolher acolhe estes mimos, é hora de encarar, encarar o espelho. - Opressão? Não! Opressão eu como no café da manhã, isto é muito mais. Amassado como latinha, enlatado como sardinha, temperado com óleo, pó, e cinza-chumbo, prata suja, ouro velho. Meus pés estão molhados, olhos congelados, gelo de água suja, cinza-chumbo, prata suja, o ouro novo como o velho.
Enquanto falamos, soldados morrem, na boca para serem cuspidos, na trincheira, serão esquecidos, na garganta, engasgarão até a morte de seu autor. Este sim um inocente!
Quando me sento ao teclado, e penso, e escrevo, organizo um pouco esta bagunça que temos por dentro, pelo menos para que as idéias (dei esse nome) possam fazer fila para sair. Também percebi que quando coloco-me a escrever, não coloco-me a mim, e sim a outro personagem, que entre em cena e toma conta das ações. Não, não, digo aos entusiastas do espiritismo (ou o que quer que seja), de que não se trata de psicografia (ou o que quer que seja), respeito a todos, mas não se trata disso. O tal já existe em mim e só toma sua posição, já tem seu caráter o qual irá se mostrar (assim espero.)
O fato é que a busca deste Ethos nos levará (a nós? Não sei) a um interessante campear por terrenos inóspitos da (minha) impressão humana da terra, visão metropolitana, tão bem cantada na primeira metade do século passado.
Escolhi este nome para a coluna, pois nunca estamos sozinhos (lugar comum? Pode ser, mas como funciona!) vide Pinóquio, Jonas, Virgilio, Dante, ou Camões!
Sobre agradar, se me perguntassem, diria que não é minha primeira função por aqui, acho que minha ‘missão' se inicia antes deste ponto, mas se fosse possível não me incomodaria com isso. E por aí vai...
Guerra
Isso aqui tá muito ruim. Desde que há muito tempo, desde que há anos o dia começou chuvoso e chumbo.
Como isso mexe com os humores, quase tão poderoso quanto a lua na maré. Aperto os dentes até me doer a cabeça. Vibrar de ódio, pensamentos fixos, olhar vidrado, vidrando mármore negro. Água fria, vento frio. Noite o dia todo.
Não vejo o fim, não há fim. Minha esperança.
Sobre e desce, passo firme, pernas bambas. Fome frio asco. Nada muito profundo, mas tudo com a marca d'água do vazio, do sem-sentido; guarda-chuva sem tecido. O lixo do homem.
Penso pensamentos descartáveis, descartáveis soldados rendidos. Trincheira cheia de cadáveres jovens - Inocentes? Nunca.
Sair de farda, sair da farda. Poucas, muito poucos estão armados, ou são preparados para enfrentar e estreitisse da garganta ou a acidez de saliva, e então morrem entrincheirados e jovens, inocentes jamais! Quem veste farda não é inocente, mesmo sendo, não é.
Coisas do noite-a-noite não são guerreiros, são obrigação, para isso é que estás aí.
Mas guerra é guerra, e quando o toque de recolher acolhe estes mimos, é hora de encarar, encarar o espelho. - Opressão? Não! Opressão eu como no café da manhã, isto é muito mais. Amassado como latinha, enlatado como sardinha, temperado com óleo, pó, e cinza-chumbo, prata suja, ouro velho. Meus pés estão molhados, olhos congelados, gelo de água suja, cinza-chumbo, prata suja, o ouro novo como o velho.
Enquanto falamos, soldados morrem, na boca para serem cuspidos, na trincheira, serão esquecidos, na garganta, engasgarão até a morte de seu autor. Este sim um inocente!
Assinar:
Postagens (Atom)