Em busca de algo que perdi
Garimpando Edições anteriores
Deparei na memória minha
Um distante abril aberto em poesia
Em busca do fôlego perdido
Trôpego fendido e absorto
Descobri aquilo que já sabia
Passamos um ano e meio nesta curta mais-valia!
Lá dizia, o nobre timoneiro.
Tudo que é escrito possui um sentido.
Seja lá qual for o que você prefira
Querendo, ela poderá ser sua amiga.
Conclamo aos passageiros desta nau
Descubram o poder das palavras combinadas
E a profundidade
Desta fenda chamada alma
É agora, fique na ponta dos pés
Estique o pescoço fique de frente
Com tudo aquilo que de fato és
Coragem, apneia e desejo
São estas as matérias que o compõe
Sendo homem ou saco de batatas, covarde!
Não temas bulir no intocável
O segredo está em nomear o inominável
Seguem autores versadores ou prosadores
Audazes singra-mares
Empunhando seus floretes
Exercem a arte de jogar com as palavras
E de minha parte, o que me toca
Deixo-vos estes últimos como afronta:
Estou com dificuldades na prosa
Os versos estão me tomando conta.
E permitam-me algumas delícias Quintanianas Do caderno H:
As Indagações:
A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.
Contradições:
... mas o que eles não sabem levar em conta é que o poeta é uma criatura essencialmente dramática, isto é, contraditória, isto é, verdadeira. E por isso, é que o bom de escrever teatro é que se pode dizer, como toda a sinceridade, as coisas mais opostas.
Sim, um autor que nunca se contradiz deve estar mentindo.
Cuidado:
A poesia não se entrega a quem a define.
Fatalidade:
O que mais enfurece o vento são esses poetas invertebrados que o fazem rimar com lamento.
O Assunto:
E nunca me perguntes o assunto de um poema: um poema sempre fala de outra coisa.
O Poema:
O poema essa estranha máscara mais verdadeira do que a própria face.
O Trágico Dilema:
Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.
Sonho:
Um poema que ao lê-lo, nem sentirias que ele já estivesse escrito, mas que fosse brotando, no mesmo instante, de teu próprio coração.
Vida:
Só a poesia possui as coisas vivas. O resto é necropsia.
Colhidas a reveria em Releituras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário