quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Editoriético Poeteral

Em busca de algo que perdi
Garimpando Edições anteriores
Deparei na memória minha
Um distante abril aberto em poesia


Em busca do fôlego perdido
Trôpego fendido e absorto
Descobri aquilo que já sabia
Passamos um ano e meio nesta curta mais-valia!

dizia, o nobre timoneiro.
Tudo que é escrito possui um sentido.
Seja lá qual for o que você prefira
Querendo, ela poderá ser sua amiga.

Conclamo aos passageiros desta nau
Descubram o poder das palavras combinadas
E a profundidade
Desta fenda chamada alma

É agora, fique na ponta dos pés
Estique o pescoço fique de frente
Com tudo aquilo que de fato és
Coragem, apneia e desejo

São estas as matérias que o compõe
Sendo homem ou saco de batatas, covarde!
Não temas bulir no intocável
O segredo está em nomear o inominável

Seguem autores versadores ou prosadores
Audazes singra-mares
Empunhando seus floretes
Exercem a arte de jogar com as palavras

E de minha parte, o que me toca
Deixo-vos estes últimos como afronta:
Estou com dificuldades na prosa
Os versos estão me tomando conta.

E permitam-me algumas delícias Quintanianas Do caderno H:

As Indagações:
A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.

Contradições:
... mas o que eles não sabem levar em conta é que o poeta é uma criatura essencialmente dramática, isto é, contraditória, isto é, verdadeira. E por isso, é que o bom de escrever teatro é que se pode dizer, como toda a sinceridade, as coisas mais opostas.
Sim, um autor que nunca se contradiz deve estar mentindo.

Cuidado:
A poesia não se entrega a quem a define.

Fatalidade:
O que mais enfurece o vento são esses poetas invertebrados que o fazem rimar com lamento.

O Assunto:
E nunca me perguntes o assunto de um poema: um poema sempre fala de outra coisa.

O Poema:
O poema essa estranha máscara mais verdadeira do que a própria face.

O Trágico Dilema:
Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.

Sonho:
Um poema que ao lê-lo, nem sentirias que ele já estivesse escrito, mas que fosse brotando, no mesmo instante, de teu próprio coração.

Vida:
Só a poesia possui as coisas vivas. O resto é necropsia.

Colhidas a reveria em Releituras.

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