terça-feira, 5 de julho de 2005

Os prisioneiros da esperança.

Como é que podemos ter esperança verdadeira, algo que realmente nos leve a algum lugar no caminho aberto da vida sobre a terra, se há tão pouca esperança entre os homens? Restringindo este pensamento ao nosso país, fica mais fácil de entender como questionar as coisas já estabelecidas em nossa sociedade, coisas tão aparentemente sólidas quanto uma rocha na beira do mar. Apesar da grande força das águas não se abala nem toma conhecimento do que há em sua volta.
Nosso povo vive como escravo de algo que simplesmente não existe neste âmbito, neste plano no qual buscamos não existe esperança, mesmo assim o brasileiro busca se agarrar como quem se agarra em uma tábua de naufrágio. E assim vive ou sobrevive rompendo os dias e anos e gastando sua vida em busca da sombra de uma lembrança de algo que a grande maioria só ouviu falar: A esperança de viver no País do Futuro.
Restos de vida do fim da primeira metade do século passado, uma vida a qual o brasileiro não teve de fato em nível nacional. Naquele já longínquo tempo vivemos apenas uma idéia de “noventa milhões em ação”, de “pra frente Brasil” embalados pela Jovem Guarda que junto com outras coisas, alienando a elite enfraquecia e impossibilitava uma reação. E como saldo destes trinta e poucos anos, não temos nada mais do que a burocracia criada para que tudo passasse pela mesa do chefes dos chefes antes de ser decidido, e o sonho da esperança de um dia darmos certo.
Neste meio tempo, outros recantos menos do que provincianos deste planeta, revolucionaram e mudarem o rumo de suas histórias. Sempre baseados no estudo, na pesquisa, na tecnologia. Neste grupo coloco Coréia e China, nada que possamos chamar de moldes ou exemplos a serem seguidos pelos brasilianos, mas sem dúvida aquilo usado para crescermos não nos possibilita nada além da ilusão de algo que não existe, e que não vai além do sonho. O mais cruel disso tudo é que nosso povo acredita e assim vai sendo morto vivo sem a possibilidade de perceber ou reagir – o que qualificaria esse crime.
Alguns, neste ponto, usariam a máxima de que cada povo tem o governo que merece, mas nosso planejamento está equivocado há mais de meio século, e pau que nasce torto já sabe não é? O consolo é que a cada ano inicia-se uma nova geração, e os planos que teremos para esta nova que surge podem começar direitos, hoje quem pensa somos nós, ou não?
Quanto de terra um homem pode agarrar com seu punho fechado?
Sozinho muito pouco, mas juntos movemos montanhas!
Podemos basear tais mudanças em vários pensamentos, filosofias, políticas ou atitudes diferentes, mas como faremos isto deve ser decidido em conjunto, numa idéia, se não uníssona, que pelo menos convirja para o mesmo hemisfério.
A velha forma de pensar em defender o ‘seu’ e que se exploda o resto, faz parte do crime de matar e manter viva uma população inteira. Sem falar no subterfúgio de fazer ascender um representante da luta pela vida viva de verdade, fazendo aquecer ainda mais aquele sonho de esperança num futuro que nunca chega. Não adianta mudar uma peça, é preciso virar o tabuleiro.
Será que teremos futuro como nação (aquela definição das aulas de geografia)? O planeta e seu futuro?

Idéias já pensadas e repensadas, mas apontem uma saída nova, esta saída é velha eu sei, mas nunca foi usada. Quem sabe funciona.

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