Escrevi missivas encomendadas
Palavras de depois da chuva
Cheirando a sei-lá-o-que de carinho
Dignas das vitrines mais enfeitadas
Caprichosamente polidas, escolhidas luvas
São o alento do que poderia
Não é, mas poderia
Pequenas são pedras pequenas
Pedras constroem castelos
Pequena missiva já miúda
De encomenda
Desimportante pela pena de quem escreve
Importante pela bagagem às costas
Quem sabe revelem
Algo que diga definitivamente
Não há nada encoberto
Nada a descobrir, nada à sombra.
Podem me dizer e não a ti
Pelo ponto de vista
Podem lhe dizer e não a mim
Pelo ponto de vida
Quem se reserve
Ocupação de quem não tem
Nada há fazer
Já é tudo feito
Quando chegar lá lembre de mim
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