segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Missivas aladas

Escrevi missivas encomendadas
Palavras de depois da chuva
Cheirando a sei-lá-o-que de carinho
Dignas das vitrines mais enfeitadas

Caprichosamente polidas, escolhidas luvas
São o alento do que poderia
Não é, mas poderia
Pequenas são pedras pequenas

Pedras constroem castelos

Pequena missiva já miúda
De encomenda
Desimportante pela pena de quem escreve
Importante pela bagagem às costas

Quem sabe revelem
Algo que diga definitivamente
Não há nada encoberto
Nada a descobrir, nada à sombra.

Podem me dizer e não a ti
Pelo ponto de vista
Podem lhe dizer e não a mim
Pelo ponto de vida

Quem se reserve
Ocupação de quem não tem
Nada há fazer
Já é tudo feito

Quando chegar lá lembre de mim

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