domingo, 1 de outubro de 2006

Eu mesmo

Como eu faço para ser o outro?
Agir como o outro?
Vestir-me como o outro?
Andar como ele?

Quero ser o outro e falar coisas belas
Viver entremeado a elas como se fossem verdades
E acreditar
Acreditar, quero acreditar que pode ser
Que pode ser além, que pode ser maior
Acreditar que posso pensar além da margem

Dar às idéias peso tal que flutuem
Assim como o outro faz

Desisto de ser quem sou, quem era
Por ora não sou o outro
Mas também não sou o mesmo!
Prefiro o hiato, o nada, o não ser
Vou à busca do caráter do outro
Terei a mente do outro. Eu pago!

Palmilhando o caminho da mudança
Faço planos para a roupa que vestirei

Com que perfume sairei
O outro é tão mais bonito do que jamais serei!

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