terça-feira, 7 de março de 2006

O movimento de minha fé.

Este texto é uma encomenda de um grande amigo que está distante, e que lá de longe me pediu que expusesse o motivo de minha fé, que falasse da existência de Deus, e da relação do homem com toda esta coisa sobrenatural.

Uma matéria de polêmica garantida, mas em todo caso, ta aí Fofo!

Várias coisas eu levei em consideração para iniciar este texto, desdobrei alguns pensamentos e reflexões, joguei outros fora e fui ao lixo desamassei algumas folhas, tomei de volta, outras voltaram para lá, enfim, como você já sabe me preparei para escrever isto.














Tenho isto como algo de extrema importância, não que eu vá ser capaz de escrever algo épico que vai colocar luz sobre todos os aspectos deste tão profundo assunto, mas vou fazer o máximo para colocar os pontos mais acessíveis bem acessíveis para que você entenda.
Pois bem, tratemos de alguns aspectos técnicos inicialmente, ora recorro a alguns subterfúgios de ordem semântica para melhor entendimento:

  • Fé (lat fide) sf 1 Crença. 2 Confiança.
(dicionário Michaelis escolar)
  • Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, e a convicção de fatos que se não vêem.
(Hebreus, capítulo 11, versículo 1).
  • E, assim, a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo.
(Romanos, capítulo 10, versículo 17)
Partimos daí, é esta idéia que vou rodear ao longo destas linhas. A fé que tenho é assim nasceu assim. É verdade, isto é uma escolha, podemos escolher crer ou duvidar, e eu escolhi crer. Existem tantas coisas inacreditáveis, coisas que nos fazem duvidar até mesmo de nossos olhos. Prefiro crer.

Antes de esta minha fé ser o que é, e se instalar lá no centro dos meus sentimentos e emoções (se eu for usar esta expressão aqui novamente, vou chamar de coração, por convenção somente, pois vejo como centro a chamada ‘boca’ do estomago.) ela passou pelo cerrado crivo de minha mente, suas inúmeras comparações e infinitos desdobramentos reflexivos.

Em algumas comparações e dentro do que é aceitável, questionei a existência do homem sobre a Terra, e até mesmo a própria Terra. Se eu aceitasse a primícia de que somos o resultado de uma grande explosão, da combinação de vários sucos protéicos, e de um grande, de um enorme acaso, eu teria que explicar mais um sem-número de outras coisas que, sob esta visão cientificista, ficam sem respostas.
O fato é que esta questão não se encerra nestas explicações incompletas, o que exigiria de mim muito mais capacidade de acreditar no inacreditável, e explicar o inexplicável. É como acreditar que eu dando um tapa numa mesa onde estão as partes de um quebra cabeças de 10.000 peças, este se montaria perfeitamente, sem ter sequer uma troca de posições nas peças, uma coisa destas nem com mil tapas!


Quem poderia criar algo tão especial e completo quanto o cérebro humano, capaz dos mais prodigiosos feitos, quem foi que imprimiu a noção de certo e errado inerente ao homem, a natureza e sua perfeição, céu, mar, terra, isso tudo é resultado de um tapa na mesa?

Deixando o elo perdido de lado, pensei nas religiões, dentre tantas que procurei conhecer e percebi que a maioria baseia-se em meia dúzia de preceitos chamados cristãos. (Deliberadamente estou desconsiderando em minha reflexão as filosofias orientais anterioras a Cristo, e todo pensamento formulado a.C. não quero que isso reflita um 'furo', pois na verdade, nada do que foi composto pelo homem foi totalmente descartado, não foi uma troca, e sim uma soma de valores que dividiu nosso calendário). Sendo assim fui à fonte, e lendo a bíblia recebi algumas respostas, e cri, vendo que está naquela compilação de livros está o manual do proprietário do ser humano. Escrito pelo próprio criador, dando as coordenadas para o melhor aproveitamento da dádiva da vida. Agora conhecendo mais a fundo não posso classificar isto simplismente como religião, ou doutrina. É a fé propriamente.

Mas minha experiência diz que não basta saber disto tudo, é preciso tomar posição frente a esta realidade. É como acreditar que a dipirona sódica (Novalgina®) pode te livrar da febre e não tomar pelo menos 35 gotas dela.

É aí que entra a fé, partindo da escolha de ter fé. Acreditar em um Deus criador, amoroso, que nos deu a vida de graça e pela graça, nos deixando-nos completamente livres para escolher o que fazer, e que ainda por cima oferece abundância de vida no caso de optarmos pelo Caminho indicado por ele.

Assim comecei a trilhar este caminho de crer, de cultivar esta fé que me ensinou que a brevíssima estadia nossa sobre a terra não é vazia ou sem propósito. O que me mantém interessado em sustentar e mover esta fé, que olhada de fora parece absurda, alienada, e até mesmo burra, é que ela é dinâmica, fluida, benevolente, generosa, atraente, viscosa, e acima de tudo viva, tudo isso tem o poder de modificar minha vida e a vida de quem está à minha volta.

Com o despertar da fé inicia-se um processo de desenvolvimento que tem como índice de aferição o nível de relacionamento que temos com Deus: alguém de quem se ouve falar, quem se conhece ‘de vista’, alguém digno de um ‘oi’, um colega, um amigo, um irmão, o pai...

É isso, através de minha fé posso relacionar-me com Deus tanto quanto me relaciono com qualquer outra pessoa, pois a visão que tenho Dele é de uma pessoa, uma pessoa com vontades, com uma personalidade própria, com uma voz que posso ouvir, alguém por quem tenho amizade.

E para fomentar esta fé (eu não sabia que fazendo isso eu estaria edificando uma fé em meu coração) fui procurar mais saber do alvo de minha fé. Descobri que Deus se expressa com as palavras da bíblia, e lá posso ter acesso aos ensinamentos, e à sua verdadeira personalidade em Jesus Cristo.

E muito mais do que simplesmente crer nisso tudo, diariamente minha fé me prova tudo isso, ouço a voz de Deus, sinto sua presença, vejo Sua mão agir por mim, proteger a mim e à minha família, cuidar de alguns caprichos meus, Ele é realmente o meu pai! E mais, além disso por vezes as pessoas vêem falar comigo e dizem não saber por que, que não sabem onde, não podem precisar o que me faz diferente das outras pessoas, credito isso à fé.

Mas a prova final, o fato mais contundente de que encontro Deus pela fé, é que Ele responde às minhas orações, responde objetivamente, atendendo a meus pedidos, mudando a realidade curando, salvando, livrando.

Quem partilha desta mesma fé reconhece-a nos outros, não falo de aparência, ou de um modo específico de falar, ou um de sinal na testa, falo de uma postura frente à vida e a existência das coisas. (é a história da dipirona).

Meu caro acho que é mais ou menos isso.

É assim que vivo e que vejo a existência de Deus e de tudo o que ele fez e de que é responsável,isto é que move minha fé, a própria fé!



M.

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